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Wi-Fi público: os riscos de conectar sua empresa em redes não seguras

Equipe Conta Azul Equipe Conta Azul | Atualizado em: 20/05/2025

O que você vai ver neste post:

  • Os principais riscos de segurança ao usar redes Wi-Fi públicas para acessar sistemas da empresa;
  • Medidas práticas para proteger dados corporativos mesmo em conexões abertas;
  • A importância de incluir o uso seguro de Wi-Fi público na política interna do seu negócio.
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Conectar-se a redes Wi-Fi públicas é uma prática comum no dia a dia de muitos profissionais. Seja em aeroportos, cafeterias ou hotéis, a conveniência de acessar a internet de qualquer lugar pode ser tentadora. No entanto, essa facilidade pode esconder riscos sérios para a segurança da informação da sua empresa.

Sem a proteção adequada, essas conexões abertas podem expor dados corporativos sensíveis, como logins de sistemas, e-mails e informações financeiras. A exposição não afeta apenas o dispositivo em uso, mas pode comprometer toda a rede empresarial. Por isso, entender os riscos e saber como se proteger é essencial.

Neste artigo, vamos mostrar os principais perigos do uso do Wi-Fi público para fins profissionais, como proteger os dados da sua empresa em situações inevitáveis e por que a segurança digital em ambientes públicos deve fazer parte da política interna do seu negócio. Veja a seguir os tópicos que vamos abordar:

Quais são os riscos de usar Wi-Fi público para acessar dados empresariais?

Profissionais trabalhando juntos em escritório externo

Conectar-se a um Wi-Fi público parece inofensivo. Em um café, hotel ou sala de espera, é comum aproveitar a internet para responder e-mails, acessar sistemas da empresa ou consultar relatórios. Mas essa conveniência esconde riscos sérios.

O que é uma rede pública de Wi-Fi?

É uma rede sem fio aberta, geralmente gratuita, disponível em locais públicos. Ela pode ser acessada sem senha ou com uma senha divulgada a qualquer pessoa que estiver no local.

Esse tipo de rede não oferece proteção contra interceptação ou conexões maliciosas. Na prática, qualquer pessoa conectada pode tentar observar o tráfego de dados da rede — e é aí que começa o problema.

Principais riscos de usar Wi-Fi público

Conectar-se a redes Wi-Fi públicas pode parecer inofensivo, mas representa uma das maiores ameaças à segurança digital da sua empresa. Veja os principais riscos e como se proteger:

Ataques Man-in-the-Middle (MitM)

Neste ataque, o criminoso se posiciona entre o seu dispositivo e o roteador Wi-Fi. Assim, ele pode interceptar todos os dados enviados e recebidos, como senhas, e-mails, informações de login e até documentos acessados no ERP da empresa. Isso significa que:

  • Senhas digitadas (e-mail, ERP, bancos) podem ser capturadas;
  • Mensagens confidenciais (incluindo documentos corporativos) ficam expostas;
  • Dados de clientes e transações financeiras podem ser roubados sem deixar rastro.

Como ocorre? O atacante usa ferramentas simples para monitorar o tráfego da rede, especialmente em aeroportos, cafés e hotéis.

Falsas redes Wi-Fi

Um cibercriminoso pode criar uma rede com o nome parecido com o do local em que você está. Por exemplo: em vez de ‘Café Central Wi-Fi’, a rede falsa pode se chamar ‘Café_Central_Free. Se você se conectar, todo o seu tráfego passa pelo invasor, incluindo:

  • Logins em sistemas como Conta Azul, ERP e bancos;
  • Acesso a e-mails corporativos e arquivos na nuvem;
  • Dados de cartões de crédito em compras online.

Um sinal de alerta seria uma rede que não pede senha (mas o estabelecimento diz que deveria). Outro cenário seria nomes de rede que tem pequenas diferenças (um “_” a mais, “Free” no final).

Roubo de credenciais

Ao fazer login em sistemas da empresa enquanto estiver conectado a uma rede aberta, suas credenciais podem ser capturadas e reutilizadas depois. Um hacker pode:

  • Capturar o login e senha para invadir depois.
  • Se passar pelo colaborador em comunicações internas.
  • Realizar transferências bancárias fraudulentas.

Injeção de malware

Dispositivos sem proteção adequada podem ser alvos de ataques automáticos. A rede pública pode servir como porta de entrada para a instalação de softwares maliciosos, como spywares ou ransomwares. Isso pode ocorrer por meio de:

  • Um pop-up falso aparece (com a mensagem “Atualize seu navegador”, por exemplo);
  • Um arquivo é baixado sem você perceber;
  • O dispositivo é infectado sem nenhum clique.

Compartilhamento involuntário de arquivos

Algumas configurações do computador permitem o compartilhamento de arquivos com outros dispositivos na mesma rede. Em uma rede pública, isso pode causar o vazamento de documentos importantes sem que o usuário perceba. Além disso, contratos, planilhas e documentos podem ser copiados sem seu conhecimento.

Uma solução rápida seria desativar o compartilhamento em Configurações do Windows/Mac. Outra medida recomendada é usar VPN para criptografar a conexão. 

Como proteger os dados da sua empresa ao usar Wi-Fi público?

Apesar dos riscos, há situações em que o uso de Wi-Fi público é inevitável. O que muda tudo é a maneira como você se conecta. Existem medidas simples que ajudam a reduzir os perigos e proteger as informações da sua empresa:

Use uma VPN (Virtual Private Network)

Uma das medidas mais eficazes para proteger seus dados em redes públicas é o uso de uma VPN. Essa tecnologia estabelece uma conexão criptografada entre seu dispositivo e a internet, criando uma espécie de túnel seguro que impede a interceptação dos dados trafegados. 

Mesmo que um invasor acesse a rede, a criptografia avançada torna o conteúdo ilegível. Existem diversas opções confiáveis no mercado, como NordVPN, ExpressVPN, ProtonVPN e Surfshark, que oferecem versões para desktop e dispositivos móveis. 

Para empresas que já possuem soluções corporativas de VPN, é essencial orientar os colaboradores a manterem a conexão VPN sempre ativada quando estiverem trabalhando remotamente ou em locais públicos.

Evite acessar sistemas sensíveis

Redes Wi-Fi públicas não são o ambiente adequado para acessar sistemas críticos da empresa. Plataformas como ERPs, sistemas contábeis (Conta Azul Pro ou Conta Azul Mais), aplicativos bancários e painéis administrativos devem ser acessados preferencialmente em redes privadas e seguras. 

Caso seja absolutamente necessário utilizar esses sistemas em locais públicos, a conexão deve ser feita exclusivamente com uma VPN ativa, garantindo que os dados trafegados permaneçam protegidos contra interceptações maliciosas.

Desative o compartilhamento de arquivos

Muitos sistemas operacionais possuem configurações padrão que permitem o compartilhamento de arquivos entre dispositivos na mesma rede. Quando conectado a uma rede pública, esse recurso pode se tornar uma vulnerabilidade crítica, expondo documentos internos e informações confidenciais a possíveis invasores. 

Sendo assim, é fundamental verificar e desativar todas as opções de compartilhamento de arquivos e impressoras nas configurações do sistema antes de se conectar a qualquer rede Wi-Fi aberta.

Verifique a rede antes de conectar

A prática de confirmar o nome exato da rede Wi-Fi com um funcionário do local pode prevenir a conexão acidental a redes falsas. Criminosos frequentemente criam pontos de acesso com nomes semelhantes aos de estabelecimentos legítimos, esperando que usuários desatentos se conectem. 

Redes com nomes genéricos como “Wi-Fi Grátis” ou que não apresentem relação clara com o local devem ser evitadas a todo custo, pois elas têm alta probabilidade de serem armadilhas, que oferecem rede enquanto fazem captura de dados.

Não salve redes públicas automaticamente

A comodidade da conexão automática a redes conhecidas pode se transformar em um risco quando se trata de Wi-Fi público. Desativar essa função nos dispositivos impede que eles se conectem automaticamente a redes com nomes similares às já salvas, mas que, na verdade, são controladas por agentes maliciosos. Essa medida simples pode evitar a exposição involuntária a redes comprometidas.

Mantenha o antivírus atualizado

Um software antivírus eficiente e atualizado serve como última linha de defesa contra ameaças que podem ser disseminadas por meio de redes públicas. Ele consegue identificar e bloquear tentativas de instalação de malware, acesso a sites fraudulentos e outros vetores de ataque comuns em ambientes de rede não seguros. A atualização regular das assinaturas de vírus é crucial para garantir a eficácia dessa proteção.

Prefira conexões com HTTPS

Ao navegar na web por meio de redes públicas, priorize sempre sites que utilizem o protocolo HTTPS, indicado pelo cadeado na barra de endereço e pelo “S” após “HTTP”. 

Essa camada adicional de segurança criptografa os dados trocados entre seu navegador e o site visitado, protegendo informações sensíveis como credenciais de login e dados de formulários. Evite ao máximo inserir qualquer informação pessoal ou profissional em sites que não apresentem essa certificação de segurança.

Desconecte-se da rede assim que terminar

Reduzir o tempo de exposição em redes públicas é uma estratégia eficaz para minimizar riscos. Assim que concluir suas atividades online, desconecte-se manualmente da rede Wi-Fi e desative a função de Wi-Fi do dispositivo. 

Esse hábito prática encerra imediatamente a conexão potencialmente vulnerável e também previne reconexões automáticas que poderiam manter seu dispositivo exposto por períodos desnecessariamente longos.

Por que a segurança em Wi-Fi público é fundamental para a proteção do seu negócio?

Mais do que um cuidado individual, o uso de Wi-Fi público deve ser tratado como parte da política de segurança digital da empresa. Sem regras claras, é comum que os colaboradores acessem sistemas corporativos de qualquer lugar, sem se preocupar com o tipo de rede que estão usando. 

A empresa precisa ter uma política interna que oriente o uso seguro da internet fora do ambiente de trabalho. A política deve conter: 

Orientação sobre uso de VPN

A política deve determinar que todos os acessos externos à rede corporativa devem ocorrer exclusivamente por meio de conexão VPN ativa. É necessário especificar qual solução de VPN será utilizada (corporativa ou aprovada), configurar parâmetros de criptografia adequados (como protocolos AES-256) e estabelecer procedimentos para reportar falhas na conexão VPN. 

Lista de atividades permitidas em redes públicas

O documento precisa classificar quais operações são permitidas em redes não seguras, criando uma matriz de risco por tipo de atividade. Por exemplo: permitir somente leitura de e-mails (sem enviar mensagens com anexos sensíveis), consulta a calendários corporativos ou acesso a portais de informações públicas. 

Ela deve proibir categoricamente o login em sistemas críticos como ERPs, plataformas financeiras ou bancárias, e acesso a pastas compartilhadas com documentos confidenciais quando em redes públicas sem VPN.

Treinamentos sobre riscos digitais

A política deve incluir a obrigatoriedade de treinamentos periódicos (trimestrais ou semestrais) sobre riscos digitais, com módulos específicos sobre: identificação de redes Wi-Fi suspeitas, reconhecimento de ataques MITM (Man-in-the-Middle), procedimentos para reportar incidentes e boas práticas de segurança móvel.  

Autenticação em dois fatores

O documento deve exigir a configuração obrigatória de MFA em todos os sistemas corporativos, especialmente para acessos remotos. Deve especificar quais fatores de autenticação são aceitáveis (aplicativos autenticadores, preferencialmente a SMS) e estabelecer protocolos para situações onde o segundo fator não esteja disponível.  

Bloqueio de conexões sem criptografia

A política precisa determinar que todos os sistemas corporativos devem recusar conexões não criptografadas, utilizar certificados SSL/TLS atualizados e implementar mecanismos como HSTS (HTTP Strict Transport Security). 

Deve incluir uma lista de protocolos permitidos (ex: TLS 1.2+) e proibidos (ex: SSL 3.0, TLS 1.0), além de exigir verificação regular dessas configurações. Para aplicativos móveis, deve exigir o uso de certificados pinning para prevenir ataques de interceptação.

Procedimentos de Monitoramento e Resposta

A política completa deve estabelecer um sistema de monitoramento contínuo para detectar acessos incomuns a partir de redes públicas, incluindo alertas para múltiplas tentativas de login ou acesso a dados sensíveis em condições de risco. 

Deve definir claramente os passos para reportar e responder a incidentes, incluindo quem deve ser notificado e quais medidas corretivas devem ser tomadas imediatamente.

Dispositivos e Configurações Exigidas

O documento precisa especificar requisitos mínimos para dispositivos que acessam recursos corporativos em redes públicas, incluindo: versões mínimas de sistemas operacionais, exigência de firewalls pessoais ativados, configurações obrigatórias de compartilhamento de arquivos desativadas e procedimentos para atualizações de segurança antes de conexões remotas.

Revisão e Atualização Periódica

Por fim, a política deve estabelecer um calendário de revisão (recomendado semestral) para atualizar as diretrizes conforme novas ameaças emergem e novas tecnologias de proteção se tornam disponíveis, garantindo que as medidas de segurança permaneçam eficazes contra as ameaças atuais.

Segurança em redes públicas como rotina do negócio

Como você pode notar, Wi-Fi público pode parecer inofensivo, mas está entre os maiores riscos para a segurança de dados de uma empresa. Ao se conectar sem precauções, você abre a porta para ataques, vazamentos e fraudes. Por isso, é fundamental adotar medidas simples para proteger as informações da empresa.

Mais do que uma boa prática, a segurança em redes públicas deve fazer parte da rotina do negócio. Regras claras, orientações objetivas e tecnologias acessíveis ajudam a evitar problemas que poderiam ser causados por um simples clique em uma rede Wi-Fi. Não espere até ser tarde demais. Proteja agora a sua empresa contra riscos de segurança em redes públicas e evite vazamento de dados e outros problemas.

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